A reportagem de 5 de Janeiro de 2008
“Os nossos melhores votos para um Novo Ano. Mas para sonhares com o Ano Novo que mereça, realmente, este nome, tu, meu amigo, tens de merecê-lo, tens de fazê-lo novo! Sei que não será fácil, mas tenta, experimenta e age de uma forma consciente. É dentro de ti mesmo, meu amigo, que o Ano Novo dorme à espera que o despertes!”
Foi assim mesmo que rezava o programa distribuído no sábado passado na sessão de Poesia. Um sábado em que primei pela minha ausência, aliás notada pelos habituais frequentadores desta tertúlia. Agradeço as palavras de carinho que me dirigiram e tive pena de não estar com o Inocêncio Vidal e a Manuela Carneiro, ausentes destas lides há bastante tempo… espero encontrá-lo em Fevereiro!
Escrever sobre esta Noite de Poesia vai ser difícil, mas vou valer-me dos apontamentos e das fotos da Milú. Espero estar à altura desta Noite de Poesia.
Os “Sons do Vento”, por motivos de força maior, não puderam estar presentes. Desta vez ficámos sem as vozes do Bruno e da Ivone; Ferreira da Costa, como já nos habituou, interpretou um poema no seu estilo muito característico.
Maria Mamede “abriu” esta Noite de Poesia, seguindo-se a intervenção dos poetas Maria do Céu, Armindo Cardoso, Adérito Morais, Teresa Gonçalves, Pedro Ferreira (que nos visitou pela primeira vez! Espero que tenha gostado e que volte sempre!), Jaime Gonçalves, Manuela Miguéns, Inocêncio Vidal, Manuela Carneiro, Ercília Freitas, Ferreira da Costa e Albino Santos.
A rubrica “Poesia na Net” esteve a cargo da Maria Mamede que leu, dos poemas recebidos, “Fontes” de Paula Raposo (Lisboa) e “Fontes” da Margusta.
Escolhi, dos poemas da primeira parte, este soneto do Inocêncio Vidal:
Fontes
Quando à noitinha os pares se encontravam
Na fonte de água pura e cristalina
Quando o sol se escondia na colina
O encontro sempre curto prolongavam
Pra ganhar um abraço eles ajudavam
Só os dois no lusco-fusco da neblina
Ciciando palavras em surdina
A levar os canecos que pesavam
P’lo amor unidos na fonte de outrora
Viviam a volúpia de um momento
Transformando a tardinha numa aurora
Deslumbrados com tanto encantamento
Seus lábios se tocavam nessa hora
Porque a sede era então mais um tormento.
Inocêncio Vidal
(Poema declamado pelo autor, nesta Sessão).
No tema “Livre” intervieram Armindo Cardoso, Maria do Céu, António Castilho Dias, Fernanda Garcias, Adérito Morais, Manuela Carneiro, Pedro Ferreira, Inocêncio Vidal, Jaime Gonçalves, Ercília Freitas, Teresa Gonçalves, Ferreira da Costa, Maria Mamede e Albino Santos.
Desta segunda parte escolhi este poema de Pedro Ferreira, que nos fala das coisas boas que nos cercam
Linda Paisagem
Esquece a dor, a solidão e o passado
Todo esse corpo feito de mágoa
Onde mora o coração cicatrizado
Onde corre tristeza em vez de sangue
Em ribeiros de negra água.
Abre os olhos e vê esta linda paisagem,
Vê as nuvens que brincam com o vento
E o Sol que te ilumina, te dá todo o seu tempo
Pois és a jóia da Natureza, és sua miragem
És a pérola da vida que renasce à tua passagem.
E voa. Voa mais alto que conseguires
Abre as asas e bate-as na esperança
Que um dia no céu irás tocar
E todas as raízes irás quebrar
Que te prendem ao que já era.
E de braços abertos aceitas o que te espera;
Todo um outro mundo de felicidade
Todo um outro mundo de alegria
Todo um outro mundo, uma nova realidade
Que te tocará quando vires brilhar o dia.
Mas antes de sentires na tua vida esta viragem
Tens de abrir os olhos e ver esta linda paisagem.
Pedro Ferreira
(Poema declamado pelo autor, nesta Sessão).
(quatro dos poetas que intervieram nesta sessão)
Mário Jorge anunciou o 3º Festival Gastronómico de Vermoim “Há Porco no Parque” a realizar de 1 a 3 de Fevereiro próximo, no Parque de Estacionamento de Vermoim.
O tema proposto para a próxima Noites de Poesia em Vermoim (dia 2 de Fevereiro, pelas 21,30 horas) é “DIAS”. Mais um desafio para a vossa imaginação! E cá vos esperamos em Janeiro, agora com um cheirinho agradável que virá do 3º Festival Gastronómico.
José Gomes