terça-feira, 30 de dezembro de 2008

NOITE DE POESIA EM VERMOIM


As nossas "Noites de Poesia em Vermoim"...


Era ese o convite que que deveria ter sido enviado pelo correio para as moradas de alguns poetas e amigos que ainda não aderiram à moda do email mas que, por razões que me ultrapassaram, não o consegui entregar a tempo na secretaria da Junta de Freguesia.


Assim lembro - e peço que me ajudem a divulgar - que no próximo sábado, 3 de Janeiro de 2009, pelas 21,30 horas, AINDA no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Vermoim (Lugar da Igreja, 4470-303 Vermoim, Maia), a Poesia, a Música, os poetas e os amantes da Poesia vão se encontrar em mais uma Tertúlia poética.


O tema é LUAR DE JANEIRO.


À atenção dos habituais colaboradores da POESIA NA NET:

Os trabalhos deverão ser enviados até à próxima Sexta-feira, dia 2 de Janeiro, para: saturnogomes@netcabo.pt/.


Conto com o vosso empenho na divulgação desta nossa actividade e com a vossa presença no próximo sábado.
Um abraço e um BOM ANO.

José Gomes

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sábado, 13 de dezembro de 2008

Noites de Poesia em Vermoim - A Reportagem


A reportagem da última Noite de Poesia em Vermoim - 6 de Dezembro de 2008


Movimentum – Arte e Cultura nasceu em 30 de Novembro de 19093. Ao longo destes 15 anos desenvolveu trabalhos nos campos da Poesia, Artesanato, Exposições e Certames Culturais.

(…)

Durante estes 15 anos Movimentum – Arte e Cultura dinamizou o lançamento de muitos poetas, as Noites de Poesia em Vermoim, S. Mamede Infesta, Matosinhos, Senhora da Hora, Milheirós, Gueifães e colaborou, ainda, em vários eventos… quinze anos é já muito tempo!

(in Programa distribuído na Noite de Poesia do passado Sábado.



Foi uma noite fria, sombria e chuvosa que nos recebeu – ainda!!! - na “velha” Junta de Vermoim. “Problemas com o mobiliário…” – disse Mário Jorge. “ Esta é a ultima Noite de Poesia, este ano, neste espaço. Para o ano há mais, em espaço novo – espero!” – gracejou José Gomes, aproveitando a presença do presidente Aloísio.



A Noite de Poesia começou com a saudação da mesa aos presentes, com os votos de Feliz Natal e de um Ano Novo com tudo de Bom, em nome do Movimentum e da Junta de Freguesia de Vermoim. Uma lembrança muito especial do poeta Armindo Cardoso dirigida a todos os presentes e que seria lida mais adiante e um pedido para um leitura atenta do poema deste poeta que faz parte da contracapa do programa distribuído.



Maria Mamede começou a Sessão com a declamação do poema de Lena Maltez, incluído na rubrica “Poesia na Net”.

Jaime Gonçalves e Manuela Carneiro declamaram os seus trabalhos inseridos no tema.

Maria de Lourdes, com o seu sotaque bem brasileiro, declamou-nos – e de que maneira! – “Cântico Negro” de José Régio.

Manuela Miguéns, João Diogo, Elisabete Carvalho, Ercília Freitas, Teresa Gonçalves, Lourdes Costa e Albino Santos, presentearam-nos com a declamação dos seus trabalhos.

Cesário Costa leu dois pequenos textos poéticos de Hélder Pacheco.

José Gomes, em tom jocoso, disse que ia abrir uma nova rubrica nas Noites de Poesia em Vermoim: “Poesia em mão”! E declamou o poema que Inocêncio Vidal, ausente nesta noite, lhe entregara em mão, com um abraço e o desejo de Boas Festas para toda a Assembleia.



Desta primeira parte escolhi este soneto:



TEU OLHAR


Se fico tão contente só de olhar-te

e logo entristeço ao deixar de ver-te,

é justo que eu possa bem merecer-te

e ainda muito mais, eu desejar-te.


Se não faço outra coisa que sonhar-te,

não posso mais calar-me sem dizer-te

que se tanto me calo por bem querer-te,

outra coisa mais não posso do que amar-te.


Eu, que longe de outro amor já me julgava,

sem saber o que me estava destinado,

quando menos o esperava fui vencido


pela beleza dos teus olhos, quando olhava,

de tal forma ansioso e descuidado,

para o fogo que neles trazes escondido.


Albino Santos

(Declamado pelo próprio)



O Tema Livre começou com a leitura de um texto de e por António Castilho Dias, relatando as suas “aventuras” dos seus tempos de estudante.

Maria de Lourdes Diogo dedicou o poema Brasil, de Castro Alves, ao poeta Castro Reis – “os poetas não morrem, vivem eternamente!”.

João Diogo, Ercília Freitas e Manuela Carneiro seguiram-se com a declamação dos seus poemas.

José Gomes leu a mensagem “Boas Festas – Bom Natal – Bom Ano Novo – Boas Entradas – Melhores Saídas”enviada pelo poeta Armindo Fernandes Cardoso e dirigida a todos os presentes e um poema satírico de Fernando Peixotopara que nunca se esqueça deste grande Homem, poeta, professor, homem do teatro e, sobretudo, um Amigo...”.

Elisabete Carvalho, Manuela Miguéns e Teresa Gonçalves apresentaram os seus trabalhos neste tema.

Aloísio Nogueira, além da função como autarca, mostrou-nos a sua faceta de poeta e, sobretudo, de declamador, “vivendo”um jocoso poema a que deu o título “Sem Título” - Boas Festas à tutti quanti…/ sem distinção de reino, género, raça, credo, / ida\de, estado de conservação, formosura, / presença de espírito, Q.I., grau de presunção, / sanidade mental, currículo ou património. (…).

Lourdes Costa deixou um recado sentido ao marido, no seu poema com o título “Recado para o Cesário no dia do não fumador”e para a Junta de Vermoim este improviso “Os olhares em Vermoim são olhos a brilhar dentro de mim”.

Maria Mamede declamou, além de poesia sua, poesia da Leonor Costa, ainda inserida na rubrica “Poesia na Net”,

Cesário Costa leu mais prosa poética do professor Helder Pacheco., Jaime Gonçalves declamou “Homenagem à Becas”, professora e companheira destas Noites de Poesia, que nos deixou recentemente e Albino Santos que interpretou “Natal” de José Régio e Miguel Torga.


Os “Momentos Musicais” estiveram a cargo de Pedro Gomes, da Filarmonia de Vermoim, que nos interpretou vários temas do compositor holandês Rick Elings.

Desta segunda parte escolhi este poema de Fernando Peixoto que aqui deixo, com amizade e saudade:


Não gosto do Pai Natal!


Não gosto do Pai Natal

porque a mim já não me ilude:

todas as prendas que traz

dão-me cabo da saúde.


Traz no saco, que carrega,

cada vez mais sofrimento

e deixa-me logo «à pega»

baixando-me o vencimento.


Com discursatas perversas,

mil ilusões repartidas

enche o saco de promessas

que nunca serão cumpridas.


Eu não quero dizer mal

mas temos gostos opostos:

peço prendas pço Natal

e ele dá-me mais impostos.



E mal entra o Ano Novo

logo me cheira e pressinto

que eu, que pertenço ao Povo,

vou ter de apertar o cinto.


Sobe a água, sobe a luz,

e os aumentos são bem fortes

e, para aumentar a cruz

sobem também os transportes.


É pior de cada vez

que olho este velho gaiteiro:

Já sei que vai sobrar mês

quando acabar o dinheiro.


No País em que vivemos

(somos quase 10 milhões)

Ali-Babás… poucos temos,

mas temos muitos ladrões.


Por isso é que não me ilude

este velho atrevido:

Pai Natal é Robin Hood,

mas Robin Hood… invertido.


FERNANDO PEIXOTO


Tema da próxima “Noites de Poesia em Vermoim”:


Movimentum – Arte e Cultura e a Junta de Freguesia de Vermoim desejam a todos os leitores um Natal Feliz e um Ano Novo com tudo de BOM.


José Gomes