Estes foram alguns dos intervenientes nesta Noite de Poesia...
VINDIMASfoi o tema e o mote para a "rentré" das Noites de Poesia em Vermoim, depois de umas curtas férias.
José Gomes, perante uma plateia atenta e interventiva, deu as boas vindas aos presentes, transmitiu as mensagens dos nossos habituais poetas que, por vários motivos, não puderam estar presentes (alguns marcaram presença através dos poemas enviados para a rubrica Poesia na Net) e agradeceu a presença de Carlos Andrade que com a sua música e a sua voz iria animar este Serão.
Mário Jorge, em seu nome e no da Junta, saudou todos os presentes.
Passou-se em seguida para a declamação dos poemas dedicados ao tema Vindimas. Nesta parte intervieram António Vales, Fernanda Garcias, Teresa Vaz, Ercília Freitas, Irene Lamolinairie, Domingos Ferreira, Armindo Cardoso, Cesário Costa, Lourdes Costa, José Gomes e Helena Guimarães.
No tema Livre intervieram Fernanda Garcias, Ercília Freitas, Irene Lamolinairie, Domingos Ferreira, Castilho Dias, Armindo Cardoso, António Vales, José Gomes, Lourdes Costa e Helena Guimarães.
José Gomes e Irene Lamolinairie leram os poemas enviados por João Diogo, Leonel Olhero, Jaime Gonçalves, Maria Mamede, Silvino Figueiredo e Lena Maltez.
Carlos Andrade interpretou Laurinda (Vitorino), Arte Poética (Hélia Correia), Poema da Malta das Naus (António Gedeão), Ya Sabes Mi Paradero (cancioneiro espanhol com arranjo de Federico Garcia Lorca), Os Rostos da Paz (Lígia Maria/Carlos Andrade), Porque (Sophia Mello Breyner/Francisco Fanhais), e Caminhando (Geraldo Vandré).
José Gomes, antes de encerrar a Noite de Poesia lembrou que no dia 30 de Agosto fez 10 anos que o povo de Timor escolheu o seu destino, através de um referendo que fez história e que abriu as portas á independência de Timor Leste. Deu a palavra a Armindo Cardoso que declamou 2 poemas seus escritos em 5 Dez 91 e 23 Abril 99.
Deixo-vos com esses poemas:
REQUIEMPORALGUÉM
(TIMOR)
Tu... Deus,
Tu... Que tudo vês e tudo perdoas
Tem piedade;
Gentes tementes e crentes
Abandonadas ao "Deus não Dará ",
Morrem;
Santa Cruz, cemitério dos vivos,
Eles dali,
Rezam e pedem pelo Vossos Amor,
Que dês a ESPERANÇA
De um dia haver PAZ,
Lá longe em TIMOR ;
Lamentos, Credos e Lágrimas
Gritos, perde-se a voz
Vive-se e morre-se
Às armas do inimigo atroz;
Por culpa da culpa
Dalguns e dos outros
E de todos nós
Que gritam em clamor
Pedindo ao MUNDO
Pelo Povo Maubére
Lá longe em TIMOR ;
TU...Deus...,lá do Céu
Com os homens da Terra
Em vigílias deREVOLTA
Por um POVO a sucumbir,
Pedem um DIA NOVO
Que jamais tarda a vir
E, o inimigo profundo
Que tudo domina,
Destrói e mata,
E TU... ?, Onde estás ... ? ... oh... Mundo !
MUNDO que, impávido e sereno
A tudo assiste...,
E, lá longe em TIMOR
A GENTE,
COM FÉ E CORAGEM
Ainda resiste
Armindo Fernandes Cardoso
5/12/91
O outro é:
TIMOR
Foi há vinte e cinco anos,
Que a Liberdade chegou...
O POVO rejubilou
E nas ruas festejou
Com Vivas à LIBERDADE,
Mas, no outro lado do MUNDO
Onde o Mar é mais profundo;
Outros POVOS de verdade,
Lutam pela liberdade,
Que lhes foge com a vida
E lhes mata a mocidade;
Portugal,...
Nas suas bodas de prata
Comemoradas com fervor
Não pode sentir a alegria
Ao recordar este dia,
Esquecendo o clamore a dor
E os gritos de morte e revolta
Dos seus irmãos de Timor ;
O Povo Maubére,
Também teve e viveu, "à sua maneira",
O histórico 25 de Abril de1974;
Nas ruas de Dili, Baucau e Outras,
Cantou e dançou com os militares de Abril,
Soldados de PORTUGAL;
Eles, - Timorenses -, também queriam ser livres;
Ter a sua Terra, a sua Pátria;
Era pouco, mas era um sonho..., sonho de muitos anos,
PAZ,AMOR e LIBERDADE ..., era pedido "fervente"
Era a ambição humilde..., "o grito" d'Aquela Gente
Mas , ...foi tudoilusão diluída no tempo,
Aproveitada pelo inimigo atroz,
Que destrói e mata :-... e, o POVO ?
O Povo ?,... mantém a esperança orando a Deus,
Deus, que lá do seu "Reino Celestial", os conforta,
Mas, é no silêncio da mata...!
Qu'eles recordam,por vezes;
.. era boa a NOSSA TERRA...!,
No tempo dos Portugueses!...;
Agora, ...sós no mundo,mas comFé,
Imploram aos "deuses" da terra
Para que acabem com a guerra,
Fazendo com que TIMOR,
Seja como semprefoi,
Um bastião de Paz ,
Onde houve sempre amor;
E, se assim acontecer
É porque Timor merece;
Vai voltar a haver Abril
E as Flores em Timor,
Vão voltar a Florir;
As crianças vão crescer,
Para asua História aprender...
...E vão voltar a sorrir;
E todo o MUNDO anseia
Que a profecia se cumpra,
Ouvindo a voz da razão,
Para que a luta dos homens
Que hoje fomentama guerra
Possam transformar TIMOR
Num Campo de PAZ e Pão.
SEMPAZ JAMAIS PODERÁSER
ALCANÇADO O ESPIRITO DE ABRIL
Esta a minha modesta homenagem ao POVO sofredor de TIMOR, na esperança de que, os "donos da Guerra" dêem a PAZ aos homens da TERRA MAUBÉRE,para que se cumpra ABRIL.
Senhora da Hora, 23 de Abril de 1999
Armindo Fernandes Cardoso
Para tomar nota:
19 Set 09 - 16 horas Sessão de lançamento dos livros da Natália Vale "A Minha Tempestade e outos contos" e "Emoções Inacabadas" no Salão Azul do Clube Fenianos Portuenses.
18 Set 09 - 21,30 horas
19 Set 09 - 17,00 horas
A BELA E O MONSTRO - Musical
Teatro pela Oficina de Teatro Pé no Charco
Fórum da Maia
28 Set 09 - 21,30 horas Sessão de lançamento do livro da Irene Lamolinairie "Vida e Sonhos" no Fórum da Maia.
Voltamos em 3 de Outubro, com o tema ADÁGIOS POPULARES.
Até lá... fiquem com este vídeo do Carlos Andrade:
Regressam ao salão nobre da Junta de Freguesia de Vermoim os serões de poesia. Sábado, dia 5 de Setembro, às 21h30. O tema escolhido para a rentré foi "As Vindimas"