domingo, 5 de julho de 2009

Noites de Poesia em Vermoim - A reportagem

"Noites de Poesia em Vermoim", sábado 4 de Julho de 2000. A última sessão de Poesia antes das férias...

Foi num Salão Nobre completamente cheio (até os programas se esgotaram!...) que a Sessão desta Noite decorreu. O som dos instrumentos de música dos elementos da Filarmonia de Vermoim dava um ar de festa ao ambiente.

Mário Jorge deu as boas vindas aos presentes e às caras novas que estavam no Salão Nobre e apresentou os elementos da Escola de Música da Filarmonia de Vermoim que iam actuar. Fez uma saudação especial à poetisa Nadina Carvalho (que nos acompanha nestas Noites há mais de um ano) desejando-lhe em seu nome e no da Junta de Freguesia de Vermoim os maiores êxitos.

Maria Mamede apresentou a autora e a sua obra, não esquecendo o potencial poético que Nadina Carvalho possui, agoirando-lhe um futuro brilhante no campo das letras.

Albino Santos
leu "Os Dias do Silêncio" e "Hino às Palavras", dois poemas do livro agora apresentado, que classificou de bonitos e com muita força.

Chegou a altura do interregno musical.
Rita Moreira, uma jovem (9 anos) e promissora aluna da Escola de Música da Filarmonia de Vermoim, interpretou em clarinete, "1,2,3" e "Hino da Alegria".

Nadina Carvalho
agradeceu à Junta de Freguesia de Vermoim, ao Movimentum - Arte e Cultura e à Maria Mamede todo o apoio que lhe dispensaram. Disse algumas palavras sobre os seus livros e confessou que "A poesia é a minha maior paixão" e que, desde muito nova "exponho em verso tudo aquilo que me faz sentir mais humana".

Maria Mamede, no seu estilo habitual, declamou dois poemas de Nadina Carvalho, do livro "Os Dias do Silêncio": "O Menino dos meus olhos" e "Sou pássaro".

Com estes poemas foi encerrada a primeira parte deste Serão de Poesia. Mamede lembrou que o livro apresentado estava ao dispor dos interessados e que a autora teria muito gosto em os autografar no final da Sessão.

Mais um momento musical fez a ponte para a segunda parte desta Noite.
Marta Pires, professora de inglês e aluna da Escola de Música da Filarmonia de Vermoim, interpretou em clarinete "Promenade" e "Mary Ann".

Nesta segunda parte da "Noites de Poesia em Vermoim" foram fundidos o tema (ESPIGAS) e o tema livre, tendo havido o cuidado de lembrar aos poetas que só declamariam dois poemas.

Adérito Morais
, no poema sobre o tema, lembrou que "Vem aí a altura das espigas / Estão para chegar as desfolhadas / Se em todas há festas e cantigas / Também onde se ganham namoradas (...)".

Leonel Olhero, num soneto comovente, dedicado à Mãe, terminou: "(...) Queria tanto ter-te comigo... / Catar no campo espigas de trigo / Colher p´ra ti braçadas de rosas.".

Armindo Cardoso falou, ainda, no seu "funeral" (ver II Antologia das Noites de Poesia de Vermoim 2004-2009, pág. 60/61) antes de nos brindar com as suas "ESPIGAS": "Ora... / isto é que está uma "espiga", / ter de falar de espigas em Julho, / fora de tempo e sem embrulho, / onde nada se respiga; (...)".

António Moreira Vales, num inédito seu, disse, "Quando eu morrer", não quero certas flores "(...) Prefiro as flores dos prados / Camomilas e suagem, / 'Té braçadas de milhagem / Mesmo já com seus grãozinhos / A chamar os passarinhos / Para um festim / Ao pé de mim. (...).

Silvino Figueiredo (Figas) agradeceu a juventude e as palavras de Nadina Carvalho e declamou a 'brisa de contentamento´: "Semente de espiga, / De centeio, de trigo, / De milho, / De cevada, / Lançada ao chão, / É esperança que nasça / Espiga dourada, / Pão para a vida! (...)".

Para quebrar o rítmo da poesia chegou a vez de mais um interregno musical, desta vez a cargo de
Pedro Leite, aluno da Escola de Música da Filarmonia de Vermoim que interpretou, em saxofone: "Côté Jardin".

Teresa Vaz
recordou Esta Espiga: "Lembras-te quando de mãos dadas / Corríamos pelos campos em flor? / Agora já não existe mais nada / Porque secaram com o calor. (...)".

Cesário Costa
trouxe-nos A Espiga da Memória e da Amizade: "Ao meio-dia, em casa de um amigo, / havia, no seu quintal, tudo quanto eu precisava / para o mote de hoje, em Vermoim. (...).

Lourdes Costa falou-nos do Pão: "O pão / que se parte / e se reparte, / em gestos de afecto / e de ternura... (...)".

Ercília Freitas mostrou os seus dotes de prosadora, contando-nos a história de uma espiga: "Era uma vez uma espiga" (...).

Como se já não bastasse a fuga de emails do meu computador que primaram alguns poetas de não ter acesso ao tema proposto (
para que raio serve o blog do Movimentum?!!! Ora vamos lá tomar nota, visitá-lo e deixar comentários, se fazem favor!!!!!! http://movimentum-blogando.blogspot.com/) o nosso amigo e poeta Jaime Gonçalves tinha-me enviado este poema, ao abrigo da rubrica "Poesia na Net" para ser lido neste Serão, mas os computadores passam rasteiras, caí ao comprido e não o vi... e nem eu nem ele, que entretanto chegara, o lemos!!!!

As minhas desculpas, Jaime e aí fica o poema, tal como o enviaste:


Amigo Zé Gomes


Se alguma vez tive vontade de estar convosco na tertúlia mensal de poesia seria no próximo dia 4!... É que... gostava de traduzir para vós os sentimentos que da minha alma e recordações passei ao papel e depositei nas mãos do presidente Aloísio acerca das novas instalações da Junta... (de "PAMAIAL" a Junta de Freguesia de Vermoim).

Contudo, uma visita cultural do Instituto da Maia a Salamanca nos dias 3 e 4 (!) exigirá a minha presença...

Também não tive oportunidade de fazer "o trabalho" sobre as "espigas"...

Junto deixo para a segunda parte um pequeno apontamento sobre o "frio" em Junho!... Se quiseres lê-lo a fim de marcar a minha presença nesta ausência "forçada"...

(…)

Jaime



Este frio mês de Junho!


Frente a mim, lá na antena

Do vizinho está pousado

Um melro, silhueta pequena.

Sobre o telhado da casa

Todo encolhido de frio

Estende e sacode a asa.

Habituado a escutar

Seu concerto nesta hora

Em que o dia está a acabar…

Nem sequer solta um pio.

Pra minha grande surpresa

Desta vez fica calado…

Virou mudo concerteza!

Do costume ao arrepio

Reconheço a razão…

De facto está muito frio!

O que é feito do calor

De Junho ao fim da tarde

Que parece tudo arde?!

E seus concertos de amor

Sem ruídos ou alarde

Embrulhando o sol-pôr?!

Resta calado o cantor

Só o silêncio se sente

E comigo fica a dor

Desse seu cantar ausente…

E reclamo contra a vida

Que me prega esta partida!


(Maia, em 7 de Junho de 2009

– dia da comunhão solene do nosso Pê –

23 horas)


Jaime Gonçalves



Chegara a hora de fazer uma pausa na arte das palavras e dar tempo de antena à jovem e promissora
Rita Moreira, aluna da Escola de Música da Filarmonia de Vermoim que interpretou em clarinete "Viagem no Espaço" e "Ler os Sons".

José Gomes, depois de dar o abraço "para todos os poetas presentes" que João Diogo mandara do Brasil, declamou o tema que este enviara: "Tece, tece, / Minha espiga, / Rostos de rapariga, / No tear da tua Cruz! (...)".

Maria Antónia falou-nos do "amor incondicional que é como o Sol que aquece a alma (...)".

Maria Teresa Gonçalves (Isis) disse que se viu "espigada" para fazer o trabalho sobre as Espigas, mas apesar disso "enchem-se de júbilo os meus olhos / quando / na inflorescência agrupada / se anunciam /as primeiras sílabas / verdes das espigas (...)".

Fátima Feernandes (Amita) declamou um trabalho seu que foi do agrado de todos os presentes.

Quero aproveitar para anunciar aqui o lançamento do livro da Amita (Fátima Fernandes) Transparência de Ser que terá lugar, na próxima sexta-feira, 10 Julho 2009, na Junta de Freguesia de Aldoar.


Mais uma vez a música voltou a soar no Salão Nobre.
Marta Pires, em clarinete, interpretou "Cha, Cha, Chateaux" e "Dans ma petite pomme".

Manuela Carneiro
queria ter escrito uma coisa diferente sobre Espigas. Saiu este bonito soneto "Num céu cor anil de mar espumado / Meu navio zarpa, sem mim vai-se embora / Desliza fantasma num mundo que invento / No vento que empurra meu sonho de fora (...)".

Vários poetas deram o seu contributo nesta Noite diferente.
Natália Vale falou-nos sobre Angola, sobre as palavras e sobre a Liberdade que pode ser uma utopia. Irene Lamolinairie declamou dois poemas da Antologia Poética dos alunos da Universidade Sénior. Maria Mamede declamou "Onde mora o amor" e "As mãos vazias" de Nadina Carvalho. Albino Santos declamou um poema, feito na hora e um texto poético sobre "uma grande poetisa que se chama Nadina Carvalho".

A Escola de Música da Filarmonia de Vermoim voltou a brilhar com a actuação da aluna
Rita Moreira que interpretou em clarinete "Dança dos colones", "Au matin" e "Ribeira vai cheia".

Nadina Carvalho declamou "Fenix", do seu livro.


Pedro Leite
, aluno da Escola de Música, interpretou em saxofone "I'll call you".


A Noite de Poesia em Vermoim terminou com o desejo de boas férias. Todos os presentes foram convidados a adquirir o livro da Nadina Carvalho e esta "convidada" a escrever uma dedicatória no mesmo.


Voltamos em 5 de Setembro, com o tema VINDIMAS.


Até lá...
boas férias!!!!




Um abraço,


José Gomes


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quinta-feira, 2 de julho de 2009

Noites de Poesia em Vermoim - 4 Julho 09




Este vi ser o programa a distribuir no próximo Sábado, 4 de Julho, na "Noites de Poesia em Vermoim" (cliquem nas imagens, para as aumentar).

Contamos com o vosso apoio e ajuda na divulgação deste evento.

Senhores e Senhoras da "Poesia na Net" ------ continuo à espera dos vossos trabalhos!

Então, até Sábado...

José Gomes




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