quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Noites de Poesia em Vermoim - INFÂNCIA


No próximo sábado, dia 3 de Novembro, mais uma "Noites de Poesia em Vermoim".

"INFÂNCIA" foi o tema escolhido para esta noite.

Contamos com o vosso apoio na divulgação desta nossa iniciativa.
Tragam mais um amigo.

É imperioso, é urgente, termos o Salão Nobre da Junta de Freguesia com a moldura humana que estas iniciativas merecem.

Até sábado.
Um abraço,
José Gomes

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domingo, 7 de outubro de 2012

Noites de Poesia em Vermoim - A Reportagem


A reportagem da "Noites de Poesia em Vermoim" do passado sábado, 6 Outubro 2012:


A mesa onde habitualmente nos sentamos (eu, Maria Mamede, Mário Jorge e Olga Freire) estava ornamentada com um arranjo de flores singelo mas com muita beleza. Mário Jorge tinha-me avisado que, por motivos imprevistos, não poderia estar presente. 
Ficamos na mesa eu e a Maria Mamede...
Passei os olhos pelas pessoas à minha frente, poetas e convidados, e senti um calafrio... contando com os elementos da mesa estávamos apenas 18 amigos da poesia (entre poetas e convidados)!

Em 13 anos em que já decorrem estas "Noites de Poesia em Vermoim" foi a noite com menos presenças...
Claro, acabei por perguntar aos presentes se valia a pena continuar com este sonho de há 13 anos ou se seria agora a altura ideal de atirar a toalha ao chão e acabar com estas tertúlias de poesia.

Gerou-se uma acalorada discussão sobre os motivos desta fraca afluência, uns diziam que neste sábado havia muitos programas realmente muito interessantes e que dispersaram os nossos habituais frequentadores, outros sugeriram que as pessoas estão muito depressivas e que já não têm paciência para escrever, outras estariam doentes... mas a opinião foi unânime: as "Noites de Poesia em Vermoim" são para continuar.

Só tive pena que ninguém da Junta de Freguesia estivesse presente para dar a sua opinião.

Mais uma vez tivemos uma Noite de Poesia em Vermoim" a "seco"! Os nossos habituais trovadores estavam em trabalho pelo Grande Porto.

José Gomes deu início à Noite de Poesia, declamando um trecho poético a que deu o nome de "A Minha Cidade". Pela primeira vez foi elogiado os trabalhos fotográficos inseridos no programa e que são da autoria da fotógrafa Sónia Coelho Gomes.
Irene Lamolinairie, ausente nesta noite por motivo de doença, enviou-nos o seu poema "O Porto à Noite". declamado por Maria Mamede.
Armindo Fernandes Cardoso declamou "A Minha Cidade", "Mulheres" e "O Que Eu Não Vejo", poemas de sua autoria.
Helena Guimarães declamou poemas de sua autoria, mas por avaria no seu computador não os deixou na nossa mesa. Acabei de receber agora mesmo o poema "A Bandeira Está Ao Contrário" que poderão encontrar, mais abaixo. 
José Ribeiro declamou "A Minha Cidade, "O Dia 5 de Outubro" e "A Mania E A Franqueza", poemas de sua autoria.
Manuela Miguéns declamou "Porto", um poema de sua autoria.
Fernando Neto declamou-nos "A Minha Cidade", de sua autoria, e mais um poema do seu livro.
Fernanda Garcias declamou-nos poemas de sua autoria.
Miguel Leitão declamou-nos um poema de Eugénio Andrade e um trabalho de sua autoria.
Maria Mamede declamou-nos poemas de sua autoria. Um deles, dedicado a Fernando Peixoto, na data do 4º aniversário da sua partida, poderão encontrá-lo mais abaixo.
Angelino Santos Silva declamou-nos trabalhos de sua autoria.
António Vales (de Vandoma - Paredes) que tem estado ausente destes serões, trouxe-nos um trabalho muito interessante sobre Camilo que apresentou com um certo humor. Deixo-vos com a primeira parte deste trabalho, uma espécie de despedida, com um grande abraço das "Noites de Poesia de Vermoim":

"Vim matar saudades e despedir-me de todos vocês, estimadas companheiras e companheiros das Noites de Poesia de Vermoim - Maia, porque a partir do próximo dia 14 deixo de ter licença de conduzir, por limite de idade (87 anos).
Despeço-me agora, e não o fiz quando na Primavera deixei de vir, porque queria dizer um adeus em beleza. Vir aqui só para me despedir e, para recitar alguma coisa, ter de ser mais do mesmo, não tinha interesse.
Assim, hoje tenho o gosto de não vir de mãos vazias. Trago-lhes um soneto de Camilo Castelo Branco. (...)"



João Diogo, directamente do Brasil e como habitualmente, pela "Poesia na Net", enviou-nos o seu trabalho sobre o tema, a que chamou "Cidade Do Labor", declamado por José Gomes.
José Gomes terminou esta Sessão de Poesia com a declamação do poema enviado por José Carlos Moutinho, que por motivos imprevistos não pode estar presente. Declamou, ainda "Esta é a Cidade" de António Gedeão e "Poema de Outono" de Florbela Espanca.

Voltaremos no dia 3 de Novembro, pelas 21,30 horas, e o tema proposto é INFÂNCIA.

Deixo-vos com o poema da Maria Mamede:

AO 4º.ANIVERSÁRIO DA PARTIDA
(de Fernando Peixoto)

Neste Outono
Amigo
venho trazer-te
o meu abraço
que a vindimada vinha
do espaço
não permite
atrasos na colheita
nem aceita
que digamos não
à sua escolha…
antiga e exigente
diz que quer
e leva a gente
sem nos dar
qualquer explicação;
e a ela, não podemos
dizer : Não!
O jeito é deixar
que ela nos leve
e nos seja
breve
a dor do adeus
e seja de luz
nosso caminho;
espero ainda
nos seja permitido
de vez em quando
vir a este lado
tão sofrido
e cada qual
abraçar os seus!...

Maria Mamede

Poema de Helena Guimarães:



                             A BANDEIRA ESTÁ AO CONTRÁRIO

“ A bandeira está ao contrário”
disse o homem da rua,
como a criança da fábula
gritou “ o rei vai nu”.
E o Povo acordou,
a tristeza sacudiu,
de desprezo gargalhou,
tornou-se força, rugiu.
Descreu de tanta mentira,
das teorias de cordel,
soube que a realidade
é única e não cabe
numa folha de Exel.
As marionetes da Europa,
sentadas nos gabinetes,
admiradas, tremeram.
Usaram as portas esconsas,
nos palácios se esconderam,
tiveram medo das gentes
que o pão dos filhos pediam.
E, tristes pela sua Pátria,
ao ver as invertinas quinas
os mais velhos só diziam,
em jeito de corolário:
“ Portugal, como a bandeira,
tambem está ao contrário”

Helena Guimarães


Então, conto convosco no dia 3 de Novembro de 2012.

Um abraço,
José Gomes

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