Hoje vamos publicar um poema de um amigo, Armindo Fernandes Cardoso, que nos acompanha nas Noites de Poesia há muitos anos e a quem nos liga uma grande amizade. Os seus poemas são agradáveis, bem construídos e apresentados pelo próprio com uma prévia explicação do conteúdo, muitas vezes num agradável tom satírico, como poderão ver neste poema inserido no tema da última Noite de Poesia em Vermoim.
Espero que gostem,
Um abraço,
José Gomes
CARNAVAL
Até que em fim que chegaste,
para a nossa festa continuar,
até o teu mês mudaste,
apenas para enganar;
Tinhas o coração em Fevereiro,
mas mudaste-o para Março,
quiseste ser o primeiro,
do, “tanto durmo como faço”;
E agora…,
agora, chamas-lhe “adágio popular”,
são cantigas para “fartar”,
e quem sabe, vão ter termo;
Carnaval em Março, vai ser de rachar,
mas a culpa…,
a culpa é do governo.
Já se anuncia a chegada do “REI MOMO”,
toques de trombeta cortam o espaço,
andantes cavaleiros vêm a compasso;
Dão vivas a um “rei carnavalesco solteiro”…,
solteiro mas “MOMO”,
e, se tudo correr bem, com o que tem,
só mais tarde vai ser “corno”;
Terá discurso igual, que logo se esquecerá,
é como o ocaso dum por do sol,
que não fazia parte do rol,
e que nunca recordará.
Anos e anos a fio,
o disfarce dos pobres, era o dominó;
Era alugado e pagamento adiantado,
pois, o pobre disfarçado,
já metia menos dó;
Hoje tudo é diferente,
anda-se um ano com a cara tapada,
toda a gente tem o seu próprio visual;
Por terra, muita árvore decepada,
mas os “madeireiros”,
são os primeiros…,
cara destapada…, é Carnaval.
Armindo Fernandes Cardoso, 5/3/2011
Espero que tenham gostado. Para a semana há mais, se os autores o autorizarem, claro!
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